O Segredo do Sucesso na Crise
A crise de 2008 deixou muitos ensinamentos ao mercado. Uma das lições veio de indivíduos que possuem dezenas de empresas: líderes antecipam mudanças enquanto os outros apenas reagem quando já atingidos. Por essa razão muitas vezes as reativas medidas chegam tarde demais. Uma crise não é apenas causada por comportamentos, como tem sua solução neles. A maneira como cada empresário se comporta – dos pensamentos às deliberações – determina o êxito ou o fracasso do negócio. As provas são incontáveis empresas que emergem justamente em graves conjunturas graças a fatores que vão da criatividade às decisões.
A única constante no universo é a mudança. Evoluir é diferente. Pesquisas mostram que menos de 8% dos empresários entendem como necessidade o próprio aperfeiçoamento pessoal ou de seu quadro coletivo. Como resistir ao impacto de um colapso sem preparação, antecipação e evolução? Viajando por todo o país ministrando palestras sobre comportamentos de sucesso, inclusive na crise, constatamos que a maioria dos executivos se ancora às mesmas convicções de trinta anos atrás sobre modelos tecnológicos, culturais, ideológicos e de competitividade. Como o tempo e as mudanças são inexoráveis, vão ruindo enquanto culpam as circunstâncias. Apelam para tudo, menos olhar suas almas no espelho. Com a pressão causada pelo estreitamento da janela entre as mudanças em setores e culturas, o ciclo de vida de produtos e ideias passou a encolher para poucos meses.
O intervalo de tempo entre o momento de otimismo com um conceito inovador e o instante em que um concorrente aparece com algo muito melhor é exponencialmente menor. Se alguém faz sucesso na crise, outros também podem fazer! A chave está somente no comportamento, a começar pelo eliciamento de potencial humano, hoje tão relativizado. neste Brasil subdesenvolvido inclusive em conceitos. Também é importante ter cuidado com o prolóquio “é hora de puxar o freio”. Com tanto freio muitas empresas param de vez. Qualquer negócio é como um jogo de xadrez. Cada movimento (estratégia) tem que se antecipar ao pensamento do mercado e da concorrência.
Para ser bem-sucedido é essencial estar no controle do jogo, ser o jogador do xadrez, não a peça. Além disso, para encontrar o sucesso não basta criar valor, é essencial acompanhar as tendências, antever desafios, elucubrar sobre as variações na cultura do negócio e evoluir como líder. Humildade é fundamental, mas escassa no topo da pirâmide. Se a crise de hoje é reflexo das resoluções de ontem, as ações de agora têm que projetar os negócios do amanhã. Foi assim que Harold Schultz tirou o Starbucks do colapso de 2008: cortou despesas e concentrou-se em aprimorar seus funcionários através de treinamentos para evolução comportamental e relacionamento com o cliente. “Estamos fazendo um trabalho hoje na loja do futuro”, disse na época ao USA Today. O Starbucks se recuperou e voltou ao topo! Para o bom líder a crise não se resume a reformulações. Ela é oportunidade para criar avanços.